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“O melhor da festa é esperar por ela”, diz o ditado. E a verdade é que, para noivos e noivas, os meses de planejamento que antecedem a cerimônia e a festa são muito agitados e especiais. Organizar os detalhes, pensar em como será a decoração, o vestido, o traje do noivo, as flores, as fotos, a música e o cardápio tomam um delicioso tempo, que, pouco a pouco, constrói as primeiras memórias da vida a dois. 

Mas, para que o casamento seja a realização do sonho perfeito, antes é preciso muita pesquisa. O primeiro contato com esse universo amplo e cheio de detalhes normalmente é uma feira, workshop ou evento, durante os quais os noivos descobrem tendências, têm ideias e começam a captar sugestões que possam compor o tipo de festa e cerimônia que eles imaginaram para si. 

Por isso, o post de hoje do blog traz uma lista de eventos imperdíveis que acontecem neste segundo semestre de 2019. Um programa imperdível para quem quer casar em 2020 ou 2021. Acompanhe:

Casar.com

O Casar é um dos mais tradicionais e importantes eventos do mercado, que surgiu com o propósito de tornar a jornada do casamento melhor, mais fácil e encantadora. Na capital paulista, acontece há 17 anos. Os eventos acontecem em seis capitais brasileiras. A próxima edição é em Salvador (18 a 20 de outubro). O Casar reúne fornecedores de aluguel de móveis e automóveis, agências de viagem, buffets, salões de beleza e estética, convites e calígrafos, trajes para noivos, damas de honra e pajens, vestidos para noivas, acessórios, lembrancinhas, decoração de ambiente, destination wedding, doceiras e boleiras, banqueteiras, som, iluminação, música (banda e DJs), presentes e listas, organização de evento, espaço para festas e enxoval. 

Wedding Boutique

A 5ª edição deste evento muito sofisticado acontece em Brasília, de 29 a 30/09/19. A organização do Wedding Boutique traz requinte na escolha dos fornecedores de diversos setores, que apresentam as tendências do mercado em moda, beleza, decoração, gastronomia e turismo para quem está planejando se casar. O evento é organizado por Anna Barra, cerimonialista do Casar Decor; e Diana Gomes, que há mais de uma década atua no mercado de cerimonial de grandes eventos. 

Inesquecível Casamento Week

A próxima edição acontece no Rio de Janeiro, em 31/08 e 01/09. Além de fornecedores e desfiles, uma programação de palestras, mesas redondas, talk shows e apresentações de profissionais ajudam os noivos a ter uma ideia mais concreta do que pode ser a festa e a cerimônia que eles sonharam. 

Peter Lindbergh é um imortal na moda. Uma das minhas grandes inspirações. Uma enorme perda.😢

Casar num castelo, ser feliz para sempre com o homem dos seus sonhos, ter o vestido mais bonito. Quem vai casar sabe que estes são apenas alguns desejos-sonho que se tenta realizar na cerimônia e na festa. Mas, se algumas possibilidades são remotas (casar em um castelo exige uma logística complexa), outras são bastante factíveis.  “Ter um casamento de revista”, por exemplo, é algo que se pode realizar facilmente. Basta escolher os profissionais certos, o figurino adequado e o cenário perfeito. Eu sempre tento colocar elementos de moda como pano de fundo do meu trabalho. Mas isso não significa que os noivos serão modelos, nem que as fotos serão um ensaio profissional ou um editorial de moda.  

As fotos do casal têm um elemento que nem editoriais nem ensaios profissionais têm: o sentimento que os une e a emoção que eles sentem no momento das fotos. Isso dá um toque especial e faz a diferença. E qualquer casal de noivos que gostar de moda pode experimentar esse tipo de foto. Seja fazendo Street Wedding®, seja num ensaio pré-nupcial, no destination wedding ou mesmo durante a festa de casamento. Tudo é uma questão de referência, de descobrir o que os noivos gostam e desejam e, a partir desse estudo – e da experiência do fotógrafo – criar uma ambientação e usar aspectos de moda nas fotos. 

O meu Street Wedding® começa no mood board, um quadro de inspiração, com referências de imagens, cores e formas utilizado para projetar o conceito do trabalho. Essa representação da ideia do que os noivos têm em mente – e de como o fotógrafo pode ajudá-los a realizar esse projeto, a partir das referências culturais que ele tem e estudou – ajuda a definir a estética não apenas do casamento, mas também das fotos. Aspectos como ambientes, cores, texturas, objetos de decoração; cabelo, vestido, maquiagem e buquê da noiva; traje, sapato e estilo do noivo tornam-se harmoniosos com a ajuda do mood board. Que, hoje em dia, é bem simples de ser feito, com a ajuda de algumas ferramentas, como por exemplo, o Pinterest. 

Com este estudo, as fotos acabam por se aproximarem de um editorial de moda, se este for o desejo dos noivos. Mesmo quem não entende de foto profissional percebe que aquelas “parecem fotos de revista”. Este trabalho é mais complexo do que um ensaio tradicional. Exige uma escolha criteriosa da locação, do tipo de maquiagem, da luz e de outros elementos, que devem convergir para que o resultado final seja um “casamento de revista”. 

Mas é claro que eu sempre ajudo os noivos nas escolhas das referências, mostrando a eles paletas de cores interessantes, poses inspiradoras, sugestões de locação (urbano, na praia ou no campo) e até dicas de como a maquiagem pode compor de maneira interessante com a decoração do ambiente. 

O ensaio fotográfico de moda, o “casamento de revista” pode começar a ser planejado a partir de um elemento central, como o vestido por exemplo. A ideia é criar imagens fora do protocolo tradicional, mas que reflitam os gostos dos noivos. Quando o casal gosta de algo em especial, minha missão é traduzir aquilo em imagens, como uma inspiração (e não uma simples cópia). Por isso, eu estudo os noivos, sugerindo o que faz sentido para eles. 

Tem algo que eu particularmente gosto muito nesse tipo de ensaio: os noivos se sentem mais participativos. Eles não são apenas os personagens que a câmera vai retratar, mas atuam naquele ensaio, dando às fotos uma personalidade própria. A interação é muito maior, as fotos são singulares e a experiência dos noivos, inesquecível.  

Fotografar é contar histórias. Isso é o que me apaixona em minha profissão: a possibilidade de contar, por meio de imagens, a história de cada casal, que é singular, única. Mas, nessa receita, é impossível deixar de lado a minha própria história. A história do fotógrafo que registra um casamento, de certa forma, influencia a maneira como a história daqueles noivos será contada. Porque a gente foca e desfoca detalhes, escolhe filtros, ângulos e closes que, provavelmente, outro fotógrafo faria diferente. Sempre tive isso em mente: fotografar é um trabalho autoral. 

Mas, acho que nunca isso ficou tão claro para mim quanto quando eu fotografei o casamento do Marcelo e da Adriana. O Marcelo, que também é fotógrafo, me convidou para fazer as fotos de seu casamento. Quando sentamos para conversar, para que eu conhecesse o casal e para que a história deles pudesse me inspirar no trabalho, descobri que as nossas histórias, de certa forma, se cruzavam. E isso foi tão interessante para o resultado do trabalho! 

Cachorros salvos na estrada

Um dia, vi uma foto do Marcelo e da Adriana com um cachorro e perguntei a eles sobre o bichinho. Eles me disseram que o nome dela era Leica (como o da máquina fotográfica). Eu, fotógrafo também, achei o nome muito original e quis saber mais sobre ela. Foi então que eles me contaram que a Leica tinha sido resgatada no meio de uma estrada, em Curitiba (onde eles vivem), numa noite chuvosa. Ela ainda era filhote e tinha sido abandonada. 

Só por isso, a história já seria emocionante. O que nem o Marcelo nem a Adriana sabiam é que essa é a mesma história da Pelota, minha primeira cachorra, que quando eu nasci já morava com meus pais e que viveu até os 15 ou 16 anos.

A Pelota, na verdade, era a cachorra que meus pais, ainda recém-casados, resgataram em uma estrada, numa noite chuvosa, em Uberlândia, no final dos anos 70. Ela era tão pequena que cabia na palma da mão. Passados alguns anos, minha irmã nasceu. Logo depois, eu nasci. Quando nos mudamos de Uberlândia, a Pelota não pode ir e ficou na casa dos meus avós. Quando íamos passar férias na casa deles, quando chegávamos, a Pelota se desdobrava em festa. Ela sempre demonstrou muito carinho e gratidão para com a minha mãe e sempre cuidou de nós como uma verdadeira irmã mais velha. Muitas vezes deitava em baixo do nosso carrinho, não deixando que nenhum estranho chegasse perto.

Quando o Marcelo e a Adriana me contaram a história da Leica, fiquei super emocionado. Mal pude acreditar em tantas coincidências. E, claro, fiquei com isso na cabeça. Toda vez que via a Leica correndo de um lado para o outro durante o casamento, ou fazendo charminho usando uma coleira de flores, não tinha como não lembrar da velha Pelotinha lá de Uberlândia.

A Pelota e a Leica nunca se conheceram. Mas as histórias das duas mexeram comigo e me inspiraram ao fotografar aquele casamento.